domingo, 8 de setembro de 2013

São estórias, senhores, apenas estórias

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Sábado. Sol. Saíra para almoçar com alguns amigos. Os sábados servem para quê, afinal? 
Entrou no restaurante combinado, à hora acordada. Feliz. De bem com a vida. De bem consigo mesma. Aproxima-se da mesa, onde já estão à sua espera. Repara nas crianças que a circundam. Que fofas. Algum dia terá as dela? Quando? Estará longe dessa vida?
As crianças sorriem-lhe, ela diz-lhes olá. Lembra-se de quando ela própria era uma criança e de como gostava dessa leveza de existir, apenas só porque sim. 
O pai chama-as. Ela olha para ele. Ela gela. Ao lado vê a mulher, percebe que as crianças são dele. Senta-se exasperada, receia movimentar o olhar. Estatifica na cadeira, não ousa respirar, não ousa olhar mais, não ousa acreditar na cena que vê, que nunca quis ver, que sempre rezou para que não visse. Aquele cenário não era dela. Nunca foi. Nunca será.

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