segunda-feira, 24 de março de 2014

E depois com o tempo...

E depois com o tempo vais percebendo que afinal não há pressa nenhuma em viver. Que aquilo que julgas que te faz feliz não é o sítio onde queres chegar, mas o caminho que tens que fazer para lá chegares. E isso aprendes agora com a arte e manha de quem nunca gostou de esperar, mas que aprendeu a tirar o melhor partido da espera. 
E com o tempo vais percebendo que as receitas mágicas de felicidade se calhar não funcionam contigo, embora andasses a convencer-te que sim, que aquilo é que seria. 
E com o tempo vais percebendo que não dançarás apenas ao som da tua música e terás que aprender a dançar outras coisas e ainda assim não faz mal, emborcas mais um copo de vinho e siga. 
E com o tempo vais aprendendo a policiar as tuas emoções e a controlá-las porque percebes que às vezes é preciso amar devagar e tu não gostas e não sabes amar devagar, mas aprendes.
E com o tempo vais aprendendo a discutir sentada e a ouvir o que têm para te dizer. E percebes que tu, que tens sempre tanto para dizer, também sabes ficar calada, embora com a tua razão. 
E no final da noite aprendes, o quão bom é perceberes que aprendeste um bocado mais, que partilhaste um bocado mais, que desiludiste um bocado mais e ainda assim, consegues amar mais. 

Era isto!

domingo, 16 de março de 2014

Só sei amar assim, de forma histérica, a arrancar cabelos e a rir ao mesmo tempo...

Dizia a Rita Ferro ontem no Alta Definição que só sabe amar de uma forma histérica e eu pensei, ó minha querida, se eu te entendo! Não concebo outra forma de amar senão uma forma histérica e arrebatadora de quem se dispõe a viver e a morrer por amor. É triste, só posso dizer que é triste porque tudo aquilo que se sente na pele, nas melhores e nas piores emoções, dá vontade de arrancar cabelos e sair porta fora, e voltar e saltar para cima e insultar e beijar ao mesmo tempo. É um misto de felicidade e medo da infelicidade, é o voltar a ter fé e a agradecer a benção e ao mesmo tempo é o rezar para que não acabe. É tudo junto, tudo em demasia.
Tudo demasiado grande, demasiado intenso, demasiado tudo. E por mais que seja lindo e magnifico viver assim, dá trabalho e agonias e vontade de chorar porque tanta felicidade não cabe em mais lado nenhum.
E se sabes de antemão que terás que te despedir, então começas a sofrer hoje, agora e já! e percebes que não saberás nunca amar de outra maneira. E também não queres!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Por via das dúvidas?!?

É certo e sabido que nos unimos todos pelas afinidades que criamos com os outros. Não tenho dúvidas que em determinados momentos das nossas vidas nos faz mais sentido estar com umas pessoas do que com outras.
O que me irrita é que as afinidades das pessoas se moldem por critérios que deveriam ter pouca importância. Não discuto opiniões, mas custa-me a crer, como li algures, não interessa onde, que é importante termos um casal perfeito para acompanhar os programas de outro casal. Assim um BFF em modo casal.
Então e eu pergunto o que é feito do resto das pessoas? Deixam de ter afinidades porque não têm ninguém? Porque é chato convidar só um para jantar (até acho mais económico e tudo)? Porque os que estão solitários (não sozinhos) não se adequam aos programas a dois?
Compreendo e aceito que a vida muda, mas os amigos não. E são eles que lá estão quando por um azar da vida voltamos a estar sozinhos.
Não se exclui os amigos homossexuais se somos hetero, nem os amigos pretos se somos brancos, nem os amigos benfiquistas se somos sportinguistas, certo?

Era só para confirmar.