quarta-feira, 7 de maio de 2014

Não sei se alguma vez conseguirei perceber o que me faz realmente feliz. E temo que o tempo passe por mim e eu demore uma vida inteira sem entender, sem chegar lá. Detetei em mim um comportamento padrão que me define e que não sei se é bom ou se é mau, mas é cansativo. Aprendi desde cedo a fugir. Eu sou perita em fugir. Se vejo que alguma situação pode complicar, me pode ser desfavorável ou me fazer infeliz, eu convenço-me disso e corro. Senhores, se corro! Não olho para trás. Depois páro e penso, Ok já está.
Agora que faço esta análise vejo este comportamento repetidas vezes.
Não sou uma pessoa convencional. Não vejo só o que se me apresenta. Não sigo padrões. Só os meus.
Durante muito tempo achei que não era suficientemente feliz porque não fazia o que todos esperavam que eu fizesse. Sozinha por circunstância, por falta de sorte e por opção, achei sempre que ma faltava algo. Que me faltava a convenção social do must have uma carreira, um marido e filhos. Não construí uma carreira, faço o que gosto. Não casei e não procriei. Apaixonei-me várias vezes e de coração aberto. Nunca imaginei vida ao lado de nenhum deles, embora fizesse um esforço para isso. Embora tivesse querido. E embora tivesse acreditado que a minha vida plena de felicidade estava ali.
Hoje apetece-me fugir de novo. Não de nada nem ninguém em especial, mas percebo que o mundo é enorme e está cheio de oportunidades. Mas eu não conheço o mundo inteiro e quero muito.
E por isso chego à conclusão que o que me apetece mesmo fazer é fugir pelo mundo. É sair desta vidinha, do trabalhinho, das pessoínhas e de tudo que me rodeia e que não me faz sentido nenhum.
E sei que antes de atracar no porto certo, eu tenho que conhecer mundo, tenho que me descobrir algures, de sentir o que me faz feliz. E por mim ia já amanhã...