quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Digam-me que não!




Sinceramente não sei o que dizer daquelas amizades de anos que se transformam em coisas sensaboronas, cujas conversas deixaram de ter conteúdo para se resumirem ao tempo e ao trabalhinho que se mantém uma monotonia. Há coisas que os trinta me trouxeram que não abonaram em nada à minha paz de espírito e ao modo como me relaciono com os outros. A paciência falta-me. A capacidade de ouvir conversas chatas e fazer cara de paisagem é algo que me deixa com os cabelos arrepiados. E o que me custa ainda mais é ver que ás vezes tenho que passar por isto com pessoas que estão na minha vida há anos e que me vêm acompanhando, mas que, por opções e modos de vida completamente diferentes do meu, se resumem às maiores trivialidades. Onde estão as conversas intimas e as risadas parvas? Os telefonemas fora de horas? As coscuvilhices partilhadas? Os males de amor dissecados até à exaustão? Não entendo esta distância tão grande, este vamos-tomar-um-cafezinho-e-relatar-as-últimas-coisinhas como se estivéssemos a picar o ponto num evento social ao qual não queremos ir, mas não podemos faltar. A sério que é só isto?
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Hoje decido voltar aqui e reler o que andei a escrever desde há dois anos atrás e amo o modo como me revejo nas coisas que escrevi. Às vezes tenho imensa saudade de vir aqui escrever. De partilhar coisas. De manifestar a minha frustração (tenho-a para dar e vender, mas isso são outras contas que eventualmente desvendarei) e depois acho que se calhar não vale assim tanto a pena e fecho o pc. Mas caramba, se calhar até vale, mais que não seja para exorcizar este excesso de coisas sem importância que me moem o juízo. Aproxima-se um novo ano (setembro para mim é um novo ano) e espero retomar o meu cantinho.