domingo, 30 de outubro de 2016

Haverá sempre uma linha que separa...

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Haverá um código de ética implícito nas amizades? Um código que, não estando escrito, deve e merece ser cumprido? Eu creio que sim e, da minha parte, esse código é respeitado.
Para mim, alguém com quem uma amiga esteve envolvida é alguém que não me interessa estar em contacto, exceptuando se já havia uma amizade antes. Ora não havendo, nunca vou entender como é que de repente se iniciam contactos perfeitamente inocentes entre uma amiga e o ex de outra amiga. Será que é mesmo necessário? Há assim tanta coisa a dizer e a partilhar, sobretudo agora que essa pessoa deixa de estar na vida dessa nossa amiga?
Acho que  há limites tão bem definidos quando se trata de uma amizade! Há coisas e contextos onde não se mexe.  Mas também acho que cada vez mais há uma necessidade enorme de alimentar egos, das pessoas se sentirem na mó de cima, com o foco nelas, de sentirem que podem, que são importantes, mesmo que isso se faça à custa de outras coisas. Só com um enorme estado de carência eu consigo explicar situações destas que infelizmente vejo acontecer com mais frequência. Ou então sou eu, que penso mal...

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O mundo não anda para a frente #2

O mundo não anda para a frente sempre que vejo mulheres bonitas e independentes a sustentarem monos em forma de pessoas, diminuindo-se ao ponto da invisibilidade e ainda assim não abandonarem o barco.

domingo, 9 de outubro de 2016

Depressão pós-livros

É oficial. Sofro de depressão pós livros.
Terminei hoje a tetralogia da Elena Ferrante e o vazio que sinto pelo término da leitura é desolador. Não consigo desligar o interruptor nem afastar da minha cabeça aquelas personagens tão bem construídas e delineadas, sem que me ocorra e agora? O que vai ser depois disto?
Acontece-me sempre com livros que gosto muito e cuja história consigo transportá-la para dentro de mim. Nem todos os livros bons me fazem sentir isto, mas estes definitivamente deixaram em mim uma marca inegável. Vou aguardar que o tempo passe e eu me esqueça um pouco da estória para poder ler de novo, numa altura nova e com um olhar diferente.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A infelicidade tolerada


O despertador toca. Sempre às 7.30. Se a hora ainda não mudou, está de noite. Refila. De noite é tudo muito pior. Toma duche, penteia-se, olha-se ao espelho uma última vez, está apresentável, ninguém descofia, sai porta fora. O trabalho espera-a. O mesmo. Muda uma virgula, um apontamento, já faz aquilo mesmo que se esqueça. Aborrece-se. Ao menos tem um trabalho, pensa ela. 
Acaba de justificar as 8 horas de salário. Miseráveis, mas dá para o gasto. Pega no carro, conduz alheada até casa, põe a chave à porta. No caminho pensou no jantar. Fez planos de ir ao ginásio, lembrou-se que se calhar não ia ter tempo. Vou antes ler um livro para um jardim. Que livro? Há anos que não lia, esquecera-se de como soavam as palavras, de que livros gostava. Abandonou estas ideias - que disparate!
Entrou em casa, dedicou-se ao mesmo. Faz as almôndegas para o marido esfomeado. Hoje esmeraste-te! Obrigada! Responde ao elogio que, de tão raro, valeu-lhe por tudo. Limpa a cozinha, varre o chão, apaga a luz. Faz zapping, contesta a programação, nada a agrada. O que a agradara da última vez que se agradara?
Pega no telefone. Liga a alguém, Preciso de saber novidades, de conversar sobre coisas,  partilhar o dia-a-dia, confessar-me... Exorcizar-me... Sair desta gaiola.
O telefone do outro lado toca, atendem. Ela sorri! Uma voz amiga, familiar, intima... Que alivio, que prazer!
Abre a boca, começa a verbalizar. Detém-se. Foca-se no trabalho que dá muito trabalho, na rotina que é sempre a mesma, no casamento que é mesmo assim. Convence-se um pouco mais. Redime-se um pouco mais. Resigna-se um pouco mais. 
Ainda não foi desta que lhe descobriram a verdadeira infelicidade. Aquela que só para ela será suportável, porque é dela. Ainda não a viu espelhada nos olhos dos outros quando a olham. E assim, será sempre aquela que se conhece, que se sabe e que se tolera. Porque mais ninguém a viu...