quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Ego meu, ego meu, haverá alguém maior do que eu?

Quando me perguntam que tipo de pessoa me destrona mais facilmente, rapidamente concluo que é o tipo de pessoa com um ego tão, mas tão grande que o universo inteiro se encolhe para caber lá dentro. Pessoas tão cheias de si, que acreditam que o sol nasce todos os dias porque elas existem. Se juntarmos a este ego enorme uma carência de qualquer espécie, temos aqui um pequeno ser humano a evitar a todo o custo. Normalmente tudo o que farão será porque elas precisam, porque elas querem, porque lhes aconteceu isto e mais um par de botas. Basicamente o resto do mundo deixa de ter qualquer importância. Afinal quem é o resto do mundo para se lhes poder ser comparado? Que problemas terá o resto do mundo que se possam equiparar aos deles? Muito poucos ou nenhuns. São estes egos mal comportados e gigantes que nos atravessam o dia e às vezes a vida. Tirá-los do caminho é o cabo dos trabalhos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Há sempre uma ferida de que não conseguimos regressar...


rain
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Entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar
e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios
Alice Vieira
Deveria existir dentro de cada um de nós uma despensa  emocional para onde enviávamos todas as nossas mágoas. Aqui nesta despensa elas ficavam guardadas e seriam recicladas e transformadas em coisas boas. Não morariam em nós eternamente, mas apenas pelo tempo necessário; aquele tempo estritamente necessário em que temos que aprender alguma coisa e onde ficam registadas as memórias suficientes para não nos colocarmos em situações idênticas mais vezes. Depois disto, a ferida e a mágoa seriam apagadas para não morarem mais em nós, para podermos regressar delas sem nunca mais voltar. E seríamos nós e inteiros uma e outra vez...