sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O bom filho a casa retorna

Voltei hoje a esta casa. Há meses, muitos, que não abria este email e não vinha a casa. 
Às vezes, muitas vezes, tenho vontade de escrever. Muitas coisas me passam diariamente na cabeça e muitas dessas vezes gostava de me sentar a escrevê-las só para materializar as coisas em que penso. 
A maioria das vezes tenho preguiça, sento-me ao computador e as ideias, tão claras, certas e lógicas na minha cabeça, deixam de existir. 
Hoje voltei aqui. Visitei a casa que já habitei e recordei, com saudade, todas as outras casas que visitava na altura deste blog. Com imensa tristeza percebi que a maioria dos blogs que acompanhava ou se tornaram privados ou deixaram de existir. E senti-me um pouco sozinha, aqui nesta casa que é só minha. Só minha, mas que eu sentia rodeada de vizinhos, de pessoas estranhas, desconhecidas que partilhavam um pouco de si, contavam coisas genuínas, escreviam por prazer, porque sim. Não sei onde andam essas pessoas. Confesso que não vou à procura de novas. O vislumbre rápido que dei por um ou outro blog novo fez-me revirar os olhos à pouca paciência que me resta. A piada rápida, as dicas da moda, o visual certo, a publicidade encapotada, os temas que deixaram de ser tabu e que se banalizaram, as considerações fúteis sobre vida alheia vieram substituir o genuíno, o simples, o quotidiano. A pouca paciência que me resta tem mesmo que ser gasta em outro lado. 
Talvez retorne a casa, quiçá...