quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O antes só... já era

Alone


Estar-se sozinho hoje em dia, mais do que uma circunstância, é uma fatalidade. Mas para os outros.
Os outros não te perdoam que estejas sozinho e mesmo se isso fosse uma opção tua, uma coisa que traçaste para ti, os outros não deixam. Não evitam olhar para ti como se tivesses um sério problema, como se a tua opção fosse uma doença, embora eu não saiba porque é que efetivamente constitui um problema para os outros.
Acontece que quando não é opção, mas é circunstancial, tu próprio te sentes mal com a questão: e novidades? Porque aquilo que realmente querem saber de ti é onde trabalhas o com quem casaste. Se és feliz com as tuas opções, se te sentes realizado, se convives bem contigo, isso são meros acessórios. Até a pergunta: então, tudo bem?, vem carregada de esperança que tu digas que finalmente casaste e fizeste um filho. Depois perguntar-te-ão quando vem o próximo e depois o próximo até esgotarem as possibilidades e ficarem à espera que te comeces a queixar das mazelas da idade.
A nossa vida custa muito aos outros e as nossas opções custam ainda mais.
Se fores gira e inteligente perdoar-te-ão menos, porque também compreenderão menos.

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