sexta-feira, 26 de julho de 2013

Quando o Eu se transforma em Nós

Sou gaja muito individualista. Conjugo a maior parte das frases na primeira pessoa do singular. Eu gosto. Eu penso. Eu digo. Eu faço. Se as opiniões são minhas, são minhas, mesmo que mais alguém partilhe delas. Ora, a minha questão é a seguinte: porque é que assim que se dá o processo de apropriação entre duas pessoas (sobretudo entre macho e fêmea) as frases passam a conjugar-se na primeira pessoa do plural? Assim de repente, essa osmose fez com que passassem a ter apenas um boca? Uma opinião? Uma cabeça? Uma conta única nas redes sociais (ahahaha)?
Conheci casais que funcionavam assim:

- Então e que tal o restaurante XPTO? Gostas?
- Ah sim, gostamos muito.

- Queres ir ver uma exposição?
- Ah não dá. Nós não temos tempo.

Nós?

O único sítio onde eu gosto que 1 se transforme em 2 é no supermercado. Não me custa absolutamente nada levar em dobro o que eu gosto individualmente, mas é só isso! Mai nada! Esqueças lá essas tretas de serem a metade um do outro e que agora são um só e estão finalmente preenchidos e esses porno-romantismos todos. É lindo, mas não funciona. 



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