segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Há sempre uma ferida de que não conseguimos regressar...


rain
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Entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar
e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios
Alice Vieira
Deveria existir dentro de cada um de nós uma despensa  emocional para onde enviávamos todas as nossas mágoas. Aqui nesta despensa elas ficavam guardadas e seriam recicladas e transformadas em coisas boas. Não morariam em nós eternamente, mas apenas pelo tempo necessário; aquele tempo estritamente necessário em que temos que aprender alguma coisa e onde ficam registadas as memórias suficientes para não nos colocarmos em situações idênticas mais vezes. Depois disto, a ferida e a mágoa seriam apagadas para não morarem mais em nós, para podermos regressar delas sem nunca mais voltar. E seríamos nós e inteiros uma e outra vez...

4 comentários:

  1. Querida ÈmeCêamiga

    Quando deparo com a Alice Viera lembro-me logo dos nossos tempos a Redacção do Diário de Notícias. Foi um amor à primeira vista (não digas nada à Raquel porque ela não suspeita - sabe), da nossa cumplicidade da "Rosa, minha irmã Rosa" e de termos entrado pela Redacção a cantar "Vai pelo Tejo um barco à vela..." sob o ohar esgrouviado do chefe Pires. Podia lá ser...

    Este poema da Alicinha e o teu texto formam um todo que não esquecerei. Obrigado.

    Como não há maneira de resolver o lamentável caso feed continuarei a utilizar esta precária solução...

    Henrique, o Leãozão

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    1. Rosa minha irmã Rosa, Lote 12, 2º frente, Chocolate à chuva!
      A minha infância recordada...

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  2. cabe a nós irmos fazendo o trabalho de as reciclar! :)

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    1. Sem dúvida! Mas esta reciclagem é dura! :)
      Beijinho!

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